Muitos sempre se perguntaram: a moto metralha dos Comandos em Ação, a RAM do GI Joe... que modelo de moto é esse que pode levar um canhão Vulcan 20mm?
Bom, basicamente, a RAM de 1982, lançada no Brasil como Moto-Metralha em 1984, é uma mistura de duas motos da Honda, a CB750, onde é nítida a inspiração do banco, e a CBX de 1981, com influência mais marcante da CBX.
Figura 1- Honda CB750 1981
A Honda CBX 1981 é uma motocicleta icônica que representa a fusão perfeita de elegância e desempenho. Lançada pela Honda no final da década de 1970, a CBX 1981 é uma máquina que cativou entusiastas de motocicletas em todo o mundo com seu design distintivo e potência impressionante.
Figura 2 - Honda CBX 1981
O coração desta máquina impressionante é seu motor de seis cilindros em linha, uma característica única na época e que ainda hoje chama a atenção. Com 1047cc, o motor transmite uma sensação de potência suave e controlada, proporcionando uma experiência de pilotagem que vai além do simples deslocamento de uma motocicleta. O som emanado pelos seis cilindros é uma sinfonia para os ouvidos dos amantes de motores, uma melodia suave e harmoniosa que ecoa a excelência da engenharia da Honda. Algo que o Clutch deve amar.
O design da CBX 1981 é um testemunho da estética atemporal da Honda. Linhas fluidas e aerodinâmicas combinam-se com detalhes cromados, resultando em uma aparência elegante e moderna para a época, que deve ser o que chamou a atenção dos projetistas da Hasbro para algo moderno. O farol dianteiro redondo, tornado quadrado na RAM, e as linhas angulares do tanque de combustível dão à CBX uma presença imponente.
Figura 3 - Os característicos bagageiros laterais, projetaos para viagens mais longas.
A CBX 1981 não é apenas uma obra-prima estética, mas também uma máquina incrivelmente capaz. A suspensão dianteira e traseira proporciona uma condução suave e controlada, enquanto os freios eficientes garantem paradas seguras e precisas. A posição de pilotagem é projetada para oferecer conforto em viagens longas e controle total em curvas desafiadoras. Até os bagageiros laterais são uma opção estética que, pensada para viagens, acabou sendo uma opção aproveitada pela versão da Hasbro, dando a ideia de uma caixa de munição.
Esta moto clássica, hoje uma linda peça de museu, é uma máquina que personifica a paixão pela pilotagem e o compromisso da Honda com a excelência. A CBX 1981 continua a ser admirada por entusiastas de motocicletas clássicas e é uma lembrança eterna da habilidade da Honda em criar motocicletas que transcendem o tempo.
Já a Silver MIrage, de 1984, a nossa Moto Míssil lançada no Brasil em 1987, é inspirada em outro modelo da Honda, a VF1000F Interceptor.
A Honda VF1000F é uma motocicleta esportiva que foi produzida pela Honda Motor Company na década de 1980. Lançada pela primeira vez em 1984, a VF1000F fazia parte da série VF, que foi notável por ser uma das primeiras a apresentar motores de quatro cilindros em V da Honda.
Especificamente, a VF1000F era equipada com um motor de quatro tempos, refrigerado a líquido, com uma configuração de quatro cilindros em V a 90 graus. A cilindrada do motor era de aproximadamente 998 cc, proporcionando um desempenho notável para a época. Este motor V4 proporcionava uma distribuição de potência suave e linear, contribuindo para a reputação da VF1000F como uma motocicleta esportiva capaz.
A transmissão da VF1000F era geralmente composta por uma caixa de câmbio de seis velocidades, oferecendo uma ampla gama de opções para otimizar o desempenho em diferentes situações de condução. O sistema de transmissão final era por corrente, com um design de corrente selada para minimizar a manutenção e prolongar a durabilidade.
Em termos de chassi, a VF1000F apresentava uma estrutura de quadro em tubo de aço, que proporcionava uma combinação de rigidez e leveza para otimizar a maneabilidade. A suspensão dianteira era geralmente do tipo garfo telescópico, enquanto a traseira utilizava um sistema de braço oscilante com amortecedores reguláveis, permitindo aos pilotos ajustar as configurações de suspensão de acordo com suas preferências e condições de condução. No brinquedo, isso é modernizado para um único braço e não um garfo, dando uma estética ainda mais moderna, mas causando fragilidade, pois era uma das partes que quebravam com facilidade com o tempo e o brincar.
O sistema de freios era composto por discos na frente e atrás, ambos replicados no brinquedo, oferecendo uma capacidade de frenagem sólida e confiável. Rodas de liga leve contribuíam para a redução do peso não suspenso, melhorando ainda mais a resposta da moto.
Esteticamente, a VF1000F possuía um design esportivo característico da década de 1980, com carenagens aerodinâmicas e linhas agressivas. O conjunto de faróis duplos dianteiros era uma característica distintiva, proporcionando uma aparência marcante, no brinquedo era um foram quadrado único, que acabou sendo o que ficou no modelo de 1985.
Em resumo, a Honda VF1000F era uma motocicleta esportiva que combinava desempenho sólido, tecnologia avançada para sua época e um design característico, fazendo dela uma escolha popular entre os entusiastas de motocicletas da década de 1980. Mas dificilmente teria um sidecar montado nela, pois não havia na carenagem de tubos os pontos de ancoragem necessários.
Mas, por que pensaram em um sidecar armado? De onde veio essa ideia? Em uma moto clássica?
Os sidecars armados para motocicletas militares desempenharam um papel significativo ao longo da história militar, especialmente durante as primeiras décadas do século XX. Estes veículos representavam uma solução tática ágil e versátil para o transporte de pessoal, armamento e suprimentos em terrenos variados durante conflitos armados.
Os sidecars armados para motocicletas militares surgiram como uma resposta à necessidade de mobilidade rápida e eficiente em condições de combate durante as primeiras décadas do século XX. A Primeira Guerra Mundial, em particular, desencadeou a busca por soluções inovadoras que pudessem superar as limitações impostas pelos terrenos difíceis e pelos entraves logísticos.
Primeira Guerra Mundial (1914-1918):
Durante a Grande Guerra, a mobilidade tornou-se crucial nos campos de batalha, especialmente nas trincheiras e nos terrenos variados da Europa. As motocicletas com sidecars ofereceram uma alternativa rápida e ágil aos veículos mais tradicionais. No entanto, os primeiros sidecars eram frequentemente improvisados, com as armas sendo montadas de maneira adaptada.
Figura 4 - Moto britânica Matchless, 1917, com uma metralhadora Vickers.
Entre Guerras (1919-1939):
O período entre as guerras viu o desenvolvimento mais estruturado e padronizado dos sidecars militares. Países como Alemanha, com a BMW R75, e a União Soviética, com a famosa M-72 baseada na BMW R71 alemã, investiram em motocicletas com sidecars armados. Esses veículos eram usados para patrulhamento, reconhecimento e transporte de pequenas cargas.
Figura 5 - BMW R75 armada com MG-34
Figura 6 - M72 Sovietica, 1940, armada com metralhadora Degtyarev.
Segunda Guerra Mundial (1939-1945):
Durante a Segunda Guerra Mundial, os sidecars armados desempenharam um papel ainda mais proeminente. As forças alemãs, em particular, empregaram extensivamente as BMW R75, equipadas com metralhadoras MG34 ou MG42. Os Aliados também utilizaram motocicletas com sidecars, como a Harley-Davidson WLA, que foi amplamente empregada pelas forças americanas.
Figura 7 - Harley-Davidson WLA
Pós-Segunda Guerra Mundial:
Após a Segunda Guerra Mundial, o uso de sidecars militares diminuiu com o advento de veículos mais pesados e veículos todo-terreno. No entanto, algumas nações continuaram a empregar motocicletas com sidecars para missões específicas, especialmente em áreas de difícil acesso, no entanto, quando usadas, as motos para todo terreno, tipo motocross, não usam mais o sidecar,
Os sidecars armados para motocicletas militares representam um capítulo fascinante na evolução da mobilidade militar. Sua história reflete não apenas a necessidade constante de inovação nas forças armadas, mas também a busca por soluções ágeis e eficazes em cenários de combate desafiadores. Mesmo que tenham sido, em grande parte, substituídos por veículos mais modernos, o legado dessas motocicletas com sidecars permanece como um testemunho da engenhosidade militar do século XX.
Descrição Técnica:
Estrutura Reforçada:
Os sidecars militares apresentavam estruturas robustas construídas com materiais como aço resistente. Essa construção sólida permitia suportar o peso de armamentos, munições e passageiros adicionais.
Montagem de Armamento:
Uma característica proeminente era a capacidade de montar armas leves no sidecar, transformando a motocicleta em uma unidade de combate móvel. Metralhadoras e outras armas eram frequentemente acopladas para aumentar a capacidade de fogo.
Armazenamento de Equipamentos:
Além do transporte de armas, os sidecars ofereciam espaço adicional para o armazenamento de equipamentos e suprimentos, contribuindo para a autonomia operacional das unidades.
Tração nas Rodas Laterais:
A inclusão de uma roda lateral adicional proporcionava maior estabilidade e capacidade de enfrentar terrenos variados, contribuindo para a capacidade off-road desses veículos.
Papel Estratégico:
Os sidecars armados eram especialmente eficazes em missões de reconhecimento e patrulhamento, aproveitando sua mobilidade excepcional para contornar obstáculos e fornecer informações críticas em tempo real.
Vantagens Práticas:
Mobilidade Ágil: A principal vantagem era a capacidade de navegar rapidamente em terrenos difíceis, incluindo áreas urbanas e trincheiras, proporcionando uma resposta rápida às mudanças táticas.
Facilidade de Manobra: A roda lateral adicional conferia estabilidade e permitia manobras em espaços restritos, sendo particularmente útil em ambientes urbanos.
Versatilidade Tática: O design modular permitia diferentes configurações para transporte de tropas, armas ou suprimentos, tornando os sidecars altamente versáteis.
Desvantagens Práticas:
Fragilidade e Exposição: A exposição dos ocupantes e da carga à linha de fogo inimiga era uma desvantagem crítica. A falta de proteção balística adequada tornava os ocupantes vulneráveis a tiros diretos.
Limitações Off-road: Embora fossem ágeis em terrenos urbanos, os sidecars podiam enfrentar desafios em terrenos acidentados, especialmente em comparação com veículos todo-terreno mais robustos.
Manutenção Intensiva: A complexidade mecânica e a presença de sistemas armados exigiam uma manutenção regular e especializada, impactando a confiabilidade operacional.
Mas, apesar de tudo isso, como brinquedos eram muito legais, cuja temática militar era apelativa, justamente, ao que podia ser visto nos filmes de guerra antigos e, claro, o grande público não atenta para os fatores logísticos que tornam tais veículos pouco práticos para os métodos de combate modernos do pós-guerra.
Vejamos... A RAM é um veículo muito legal mas, verdade seja dita, uma gatling de 20mm semostra demasiado pesada para esse tipo de veículo, sendo que o mais recomendado seria uma SAW comum, e, de certa forma, isso é retificado com a Silver Mirage, colocando uma gatling de 7,62mm num sidecar tripulado.
O sidecar da Silver Mirage tem ainda uma outra novidade: mísseis. Estão expostos, para ser bem visuais e nada me tira da ideia de que inspirou a moto do Chuck Norris em Comando Delta (The Delta Force, 1986).
Inclusive, a Silve MIrage traz mais dois míssies que, na verdade, deve ser como morteiros. Eu acredito que eles deve ser apontados para trás e para cima, pois, para frente, eles estarão apontando para baixo, o que torna o disparo altamente "inseguro" para não dizer suicida.
De qualquer maneira, as duas motos são veículos muito legais e uma excelente aquisição para qualquer coleção e, claro, para compor bons dioramas. Também são boas opções para customização, para versões de deserto ou ártico. Algo que eu ainda tenho que providenciar.
ZAP